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O RELATO.

terça-feira, 17 de abril de 2012



VOLTA AO MUNICÍPIO DE LOULÉ

Como o nosso DD fez referência no post anterior, desloquei-me ao continente para passar as férias. Como não queria parar de treinar, através de um contacto local, disponibilizaram-me uma bicicleta e deram-me a oportunidade de então treinar com a equipa Belalgas/MatosCheirinhos. Assim foi, no domingo visto-me a rigor (com o equipamento da Sportzone/MagicGym), segui para um treino que consideravam bastante duro com séries na Serra de Sintra (na subida da Peninha, para quem conhece), o treino correu-me de feição consegui acompanhar os líderes da equipa, sendo que, em determinadas situações, me conseguia ombrear com eles (a subir). Depois de tanto subir realizámos trabalho de equipa (rendições e fugas, entre outras). Para quem não conhece, esta equipa, é essencialmente uma escola de ciclismo (que neste plantel, tem dois atletas que representam a seleção nacional de pista e estrada) que já conta com 28 anos de história e de onde já saíram grandes talentos a nível nacional e internacional, como o Sérgio Paulinho, por exemplo. Pois bem, no fim do treino sou abordado pelo DD, em que, este último, me convida para fazer a Volta ao Município de Loulé, de imediato aceitei. Sou sincero, não sabia para o que ia mas depois de me informar, descobri uma volta de três dias duríssima com “D grande” e mentalizei-me que como primeira experiência na estrada, no continente, daria o meu melhor em prol da equipa que me acolhia.


No dia 4 de Abril estava de partida, logo me apercebi da grande estrutura desta equipa (Campeã Nacional e vencedora da Volta a Portugal de Juniores, em título), camião - oficina e vários carros de assistência e transporte.
Após toda a caravana estacionada na zona de partida da primeira etapa apercebo-me da dimensão deste evento, um pelotão com 96 juniores, duas equipas espanholas presentes e ainda a seleção nacional de pista. Fiquei um pouco arrepiado com tudo isto (inexperiência).
Bem falando da prova em si, como referi, esta é uma Volta de grande prestígio, e com uma dureza diretamente proporcional, de três dias sendo que num dos dias havia duas etapas, portanto, três dias, quatro etapas. Esta Volta é um ótimo exemplo de que no Algarve sobe, e bastante.
A primeira etapa ligava Loulé ao Ameixal, tendo uma extensão total de 81,6km com um acumulado positivo de 1400m e inclinação máxima de 10,6% (com um prémio de montanha e duas metas volantes que bem podiam ser prémios de montanha), à partida, nada de muito estranho para as provas que temos cá na ilha, agora o ritmo é que foi bem diferente!
A primeira coisa que notei foi que logo que se deu a partida simbólica todos se tentavam colocar o melhor possível e como chovia, muitas quedas aconteceram. Em seguida, dá-se a partida real, aí sim puxou-se mesmo muito forte rolava-se em algumas zonas a 50/55km/h, foi uma corrida que como se diz na gíria, sempre ao “esticão”, consegui fazer cerca de metade da prova no grupo da frente, tendo descolado naturalmente pela minha má colocação e pelo forte ritmo com que se circulava. O pelotão foi-se partindo criando minipelotões sendo que eu fiquei no segundo, ou seja, no perseguidor ao grupo principal. Tanto se trabalhou mas o grupo que rodava na frente era muito forte, durante esta etapa registei uma média de 170bpm e um máximo histórico de 214bpm e realizei uma média de 36,2km/h o que ficou muito longe da do vencedor da etapa (38,3km/h) e cerca de 7:30min de diferença
No dia seguinte, já ciente do que me esperava, já me orientava melhor, pois bem, este era o dia de duas etapas sendo que de manhã se realizava um crono-escalada de 3km é certo mas com umas rampas dignas de Giro de Itália, média de 7,2 com duas rampas uma de 12%, uma de 15,2% e um topo onde se regista uma inclinação máxima de 20,8%.´
Segui para o aquecimento mentalizado que neste esforço individual teria que dar o mais uma vez o meu melhor… foi o que fiz, tive o melhor tempo do crono escalada durante os primeiros vinte atletas (20min de prova) até que foi caindo para ligeiramente acima da meio da tabela 40º lugar e 3º melhor registo da equipa (oito elementos). Registei um tempo de 7:55min a apenas 1min. do vencedor do crono e posterior vencedor da prova (atleta de uma equipa espanhola). Nesta etapa registei uma média de 166bpm e um máximo de 195 bpm.
Depois de almoço seguia-se a terceira etapa, o circuito de Alfontes, tinha 5,8km e um acumulado positivo de 165m por volta, sendo que faríamos 7 voltas de forma a cumprir 40km de prova. Este circuito, registava uma inclinação média de 17,2% /volta e um máximo de 18,8% . Logo que se deu a partida já seguíamos “à morte”, segui três
voltas no grupo da frente, até que me comecei a sentir indisposto, nada que tivesse a ver com intolerância lática ou indigestão, era parecido com dor de burro!!!, enfim, perdi muito tempo e posições, a partir da quinta volta é que começo a recuperar tendo ganho 23 posições, estava tudo “às pingas”. Fui informado de que ainda estava no controlo durante a prova e continuei. No fim o vencedor regista voltas 3:30min abaixo do esperado e os comissário vêem-se obrigados a rever a percentagem do controlo dos tempos sendo que só no outro dia de manhã é que sou informado de que fico a 13 min. do vencedor e a 40 seg. de estar dentro do controlo, fiquei extremamente desiludido, pois a minha expectativa era no mínimo, terminar esta Volta.
Registei uma média de 26km/h, uma máxima de 196bpm e uma média de 172bpm
No dia seguinte, e último dia de prova, seguiam-se 98km de prova. Disponibilizei-me para fazer controlo de corrida no carro de assistência com o DD, o que me deu a oportunidade de fazer uma leitura exterior de corrida, que certamente me será muito útil no futuro. Nesta etapa registou-se uma fuga heróica de cerca de 75km e que ia “morrendo na praia” tendo vencido por uma diferença de 2seg para o pelotão.
Em suma, esta Volta não correu de feição à equipa Belalgas/MatosCheirinhos, mas tudo fiz para ajudar…Fiquei desiludido por não ter terminado, mas não desisti.
Trago comigo uma experiência fantástica, e pensando bem, com todas as condicionantes: inexperiência, bicicleta emprestada, falta de ritmo competitivo de estrada, etc., foi um desafio quase ultrapassado, considerando os meus objectivos.
Só me resta agradecer todo o apoio proporcionado pela equipa Belalgas/MatosCheirinhos, e prometer o meu empenho e dedicação para mais tarde ambicionar resultados mais positivos.
E claro,um agradecimento muito especial ao nosso DD e a todos aqueles que se envolveram no processo de cedência e me apoiaram nesta aventura.
Obrigado Sportzone/Magicgym!

5 comentários

  1. Anónimo Says:
  2. É assim que se evolui!!!! Grande Zé!!! Sempre a aprender... No limit!!! Gandarix

     
  3. Satisfação e orgulho, são os sentimentos gerados no seio da equipa com esta participação. Nem sempre os resultados desportivos são sinónimo de um bom trabalho, e isto, todos sabem, é este o nosso lema.
    Certamente que esta grande experiÊncia juntamente com outras que se irão seguir fará parte da tua evolução como atleta e como homem.
    Aproveita, aprende e transmite, só assim valerá a pena.
    Contamos todos contigo.
    Força.

     
  4. Luis Almeida Says:
  5. Grande Zé...muitos parabéns.
    Estou extremamente contente de ler estas tuas linhas de texto, que dão uma imagem fantástica e podemos até nos sentir em prova.

    Até parece que acabei de fazer a prova pois deve ter sido uma experiência maravilhosa e tu mereces...

    Só se aprende errando ou estando junto dos melhores e isso tu sabes, e verificas-te.

    Agora é tentar aproveitar ao máximo os contactos e o treino para evoluíres cada vez mais.
    Um grande abraço e que tudo te corra pelo melhor, vamos vernos na volta a ilha.

    Luis Almeida

     
  6. Anónimo Says:
  7. É com orgulho e até alguma emoção que recebo e sinto este grande apoio que todos me têm dado!

    Um grande abraço para todos!

    *para o Luís: na volta à ilha, é à MORTE!!!

    Zé Pedro

     
  8. Anónimo Says:
  9. Nesta fase o que menos interessa são os resultados , ganhares experiência e táctica de corrida é o mais importante!!

    abraço
    Pedro Resendes